Transplante de Fezes – Como Funciona
Transplante de Fezes pode vir a ser uma alternativa contra à anorexia. Uma a cada dezessete pessoas com anorexia morre por causa da doença. Mesmo fazendo tratamento apenas um terço dos pacientes se recupera completamente. As estatísticas são tão ruins que acaba tornando uma alternativa a nova intervenção.
Como Funciona o Transplante de Fezes
A nova proposta de tratamento faz parte de uma pesquisa clínica da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill. Ela acaba de obter autorização da FDA (agência regulatória americana) para recrutar pacientes. O anúncio da nova campanha foi feita pelo coordenador do estudo, o pesquisador Ian Carroll, no congresso anual da Associação Americana de Diabetes, que acontece em Orlando. A ideia é recrutar voluntários e tratá-los com fezes de outras pessoas. Uma empresa parceira do estudo de Carroll é a Openbiome, que seleciona voluntários saudáveis para doar fezes. Com exames de checagem mais rigorosos que aqueles necessários para doação de sangue, 97% das doações são reprovadas. Entre as possíveis vias de administração estão sondas que despejam o material no estômago ou no intestino ou ainda pílulas.
Da mesma maneira que existe uma possível associação entre os micróbios que habitam o organismo humano (a chamada microbiota) com a reação autoimunológica que destrói as células produtoras de insulina, causando diabetes do tipo 1, no caso da anorexia esses micro-organismos podem ser capazes tanto de roubar excessivamente energia dos alimentos quanto de mandar uma mensagem para o cérebro inibindo a fome, por exemplo. Assim a substituição da microbiota pode vir a mudar a forma como o organismo lida com a doença, aumentando as chances de recuperação. Os novos micróbios virão de amostras de pessoas completamente saudáveis, sem condições ligadas à flora intestinal, como diabetes, doenças inflamatórias intestinais e obesidade. Estas restrições são importantes já que em experimentos com roedores, a flora intestinal de um indivíduo obeso foi capaz de alterar o funcionamento do organismo de outro. Aumentando, por exemplo, o tamanho dos adipócitos (células de gordura) e a capacidade de armazenamento deles, favorecendo o surgimento da obesidade.
“No nosso caso, a pesquisa funciona como a investigação de uma nova droga, e a FDA demorou dois anos para aprovar, o que só aconteceu duas semanas atrás. É um ensaio para mostrar a segurança, e isso é importante, porque existem pessoas fazendo transplante de fezes no estilo ‘faça você mesmo’ e postando no YouTube”, diz Carroll. Existe a chance de uma pessoas ingerir bactérias patogênicas e até morrer por causa disso, segundo o pesquisador. O transplante da microbiota fecal, ou transplante de fezes, é um procedimento no qual as fezes de um doador testado são coletadas, misturadas a uma solução, coadas e colocadas no intestino do paciente receptor. Pode ser por colonoscopia, endoscopia ou enema. No novo organismo, espera-se que as bactérias se multipliquem e substituam as antigas. Ou que o novo conjunto possa não gerar os efeitos negativos do primeiro.
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